Internacionalização da Amazônia

Confesso que ultimamente tenho achado muito poucos textos que valem a pena pela net, não tanto pela falta deles mas sim pela falta de difusão dada a eles, quando acho um faço questão de colocar aqui no blog, para ajudar a difundi-los, esse texto foi dito por Cristovão Buarque (ex- governador do distrito federal e humanista respeitado mundialmente) no State of the World Fórum (Quem tem como objetivo criar uma rede de lideranças globais, entre governantes, prêmios Nobel, líderes empresariais, ativistas sociais, comprometidos a identificar e implementar princípios, valores e ações necessárias para guiar a humanidade durante a consolidação de um mundo globalizado e interdependente e etc) no ano 2000 em resposta a um estudante que perguntou o que ele achava da internacionalização da Amazônia, o jovem disse ainda que esperava dele uma resposta como humanista e não como Brasileiro, segue a baixo a resposta que a meu ver foi sem duvida categórica e inteligente:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista, sentindo e risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade. Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado

Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.

“Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveriam pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida.

Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa."

PS: Pela internet ha diferentes fontes desse texto, algumas dizendo que o debate foi em uma universidade, em uma convenção e etc. Todas elas foram desmentidas pelo próprio Cristovão Buarque, as informações acima do local e da autoria da pergunta foram checadas, porem uma coisa que me causou alegria foi, apesar do engano de alguns o texto em diversas mídias foi preservado da maneira que foi dito.

Obrigado a todos que leram e Ate + XD


1 comentários:

Dan Silva disse...

Esse texto é show mesmo, cara.

O Buarque mandou ver mesmo. Pena que o texto não mostra a resposta do cara que fez a pergunta, se é que ele respondeu algo. Mas tinha que ter pelo menos a foto do rosto dele no momento que recebeu a resposta kkkkkkkk. Deve ter sido uma cara tipo "ops, não devia ter perguntado isso" kkkkkkkkkkkkk

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